quinta-feira, 4 de agosto de 2011

SERÁ QUE É POSSIVEL SER SANTO?

Normalmente, quando se fala de santos, o nosso imaginário leva-nos logo a imagens, procissões, velas, promessas. A devoção de alguns viaja em paralelo ao ceticismo de outros, porque a santidade tem pouco a dizer hoje. E eu costumo dizer que os hagiógrafos (aqueles que escrevem a história dos santos) têm culpa no cartório. E que, ao falar da vida dos santos, só apresentam as virtudes e se esquecem dos pecados. A partir desta premissa, passamos a imaginar os santos como “seres de outro mundo”, pessoas extra-terrestres, anjos. E aí a santidade se toma uma coisa impossível para os humanos.
Ser santo não é ser anjo. E aqui está o grande desafio: como ser santos num mundo que julga não precisar de Deus ? Eis a questão: num mundo diversificado, não podemos ser iguais aos outros. Nós somos diferentes e temos a obrigação de ser diferentes, porque somos cristãos. Seguidor de Cristo, o cristão é aquele que vive no mundo sem ser do mundo, isto é, caminha nas trevas mas busca a luz. E alguém que se sente pecador mas, ao mesmo tempo, percebe o chamado à graça. Está nas trevas mas quer a luz. E este é o caminho dos santos: ser sol e ser sal. Iluminar o caminho (sol) e dar sabor à vida (sal).
É possível ser santo? É. Uma resposta curta e grossa. Eu posso e devo ser santo. Desde que eu queira ser santo. E, para a santidade, há vários caminhos. A “CHAVE” DA SANTIDADE ESTA EM SER SAL E LUZ, COMO NOS EXORTAVA JESUS. Basta ver o calendário litúrgico para sentir a diversidade dos santos: homens e mulheres, jovens e idosos, brancos e negros, ricos e pobres, doutores e analfabetos... Há uma gama de santos, uma riqueza da qual a Igreja não abre mão. Mesmo porque além de nossos intercessores, eles são um testemunho vivo de que é possível ser santo.
São Paulo, em suas cartas, chamava os cristãos de santos. Claro que ele se referia ao destino dos cristãos que viviam a dialética do “já” e “ainda não”. Já fomos salvos (Jesus não precisa morrer de novo) e ainda não estamos salvos (enquanto não merecermos a salvação, isto é, enquanto não nos colocarmos sob o sangue redentor de Cristo). Afinal, ninguém é salvo à força.
Quando me refiro aos padrinhos (de batismo, de crisma, de matrimônio...) gosto sempre de lembrar que o padrinho não precisa ser santo, mas precisa, pelo menos, querer ser santo. O padrinho é aquele que deve ser exemplo para o seu afilhado.(Desculpem-me se não fiz a ‘teologia do gênero’,falando de padrinho/madrinha ou afilhado/afilhada).
Permanece a questão de fundo: Como ser santo hoje ? Em primeiro lugar, Dom Paulo Sérgio Machado – Bispo da Diocese de São Carlos.

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