sexta-feira, 20 de maio de 2011

CARÊNCIA AFETIVA: O QUE FAZER?



  Quando nossas necessidades essências não são satisfeitas, permanece em nós uma área de carência, no sentido de falta, privação. Desta forma, há carências nas mais diversas áreas: cultural, de subsistência, de pertença, de proteção, de liberdade. Como a necessidade de amar e de ser amado é a mais importante no ser humano, a carência na satisfação desta necessidade ou sua satisfação inadequada é também a mais grave. Esse tipo de falta manifesta-se, em geral, pela busca desordenada de atenção, afeto, reconhecimento, elogios. Frequentemente provoca ciúmes, inveja, insegurança e reações de dominação e posse que estabelecem atitudes controladoras com relação ao outro e a co-dependência afetiva. O exagero na alimentação, na higiene, no vestir, podem ser formas indiretas de compensação (busca de satisfação) de tais carências. Uma de suas conseqüências mais graves é a dificuldade em travar e manter relacionamentos maduros, sadios e abertos aos outros, o diálogo e a afetiva ordenação da vida para o amor como doação de si. A carência afetiva é amoral (neutra) em si mesma. O que toma sentido moral é a forma como lidamos com ela, uma vez que nos impede de dialogar, de ordenar nossa vida para o amor, que nos congela na imaturidade e na insatisfação não nos importando o quanto nos cercam de cuidados e atenções. Uma vez popularizada, a “carência afetiva” tornou-se como um estigma para rotular pessoas desagradáveis no trato ou desafiantes no relacionamento. É crucial lembrar que todos somos carentes afetivos de uma forma ou de outra e que esta carência, a nível de passado, jamais terá como ser adequadamente suprida, pois não temos como voltar o tempo. O próprio        Deus não a supre, mas, por sua graça, ordena-a para o amor, para a caridade (dá sentido novo). Isso é fundamental. A cura de uma carência afetiva vem através de sua ordenação para o amor, seja através do perdão e reconciliação, seja transformando-a em um tesouro, como se faz com o nosso passado, os limites, necessidades e fraquezas. A grande cura das carências segue os seguintes passos: reconhecimento; conhecimento; acolhida; ordenar tudo para o amor. O segredo é o amor a Deus e aos irmãos e não a substituição ou satisfação das carências a qualquer custo, como aconselham certas abordagens materialistas, mas seguir os quatro passos acima, dando-lhes sentido através do ordenar tudo para o amor.

Trecho do livro: Tecendo o fio de ouro
Maria Emmir Nogueira – Com. Shalom

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