segunda-feira, 23 de maio de 2011

Quando a dor é demais



  O ser humano anseia por essa resposta. Mas, será que ela existe?
Bom, a verdade é que: “a dor faz parte da existência humana”. Tanto que, desde a criação do mundo, homens de todos os tempos, todas as raças, todas as classes sociais, conviveram com essa realidade. Talvês você seja alguém, inserido na existência humana, que algum dia, já expressou de alguma forma: “porque estou sentindo essa dor?” Imagino nem ser necessário, explicações em termos científicos, pois, não é difícil saber que: dor é um sentimento desagradável e indesejado pelo ser humano, sendo que, quem esta sob a sua companhia, parece sentir-se esvaziado pelo sentido da vida, parece que a vida não tem mais alegria para nos oferecer.
  Penso ser do conhecimento de todos, mas vale lembrar que, a dor sendo parte da existência humana, entra em nosso ser de diversas formas, como por exemplo: físico (agressões, enfermidades, acidentes, etc), alma (perdas, humilhações, traições, decepções, etc). Ou seja, a dor entra em nosso ser de forma bombástica (quando surge um acontecimento grande aos nossos olhos) ou simplesmente sutil (uma noticia que recebemos, um fato acontecido na vida de alguém que temos certa ligação), enfim, a dor vem, e quando vem desestabilisa-nos humanamente.
  Pois bem, repare no que disse Vitor Frankl, grande nome na área da psicologia e psiquiatria moderna, Judeu-Austriaco, que viveu e sobreviveu em um dos campos de concentração nazistas: A vida é sofrimento e dor, porem, sobreviver, ou seja, viver bem é encontrar sentido na vida, quando se convive com a dor”. Entendeu o que ele quis dizer? Ser feliz, não é viver sem a dor, mas sim, quando se vive com ela, dar um sentido a ela, extrair dela o seu objetivo, deixar-se ser conduzido (não definido) pela sua finalidade. E não gastar todas as energias e potencialidades humanas para tentar descobrir o porquê de sua existência.
  No relato dos evangelhos encontramos vários exemplos de pessoas que expressaram essas palavras: “a dor esta demais”. Foi o caso daquele pai que não vendo mais solução para a sua dor, isto é, para a cura do seu filho: correu ao encontro de Jesus e despejou ali toda sua dor (Jô 4, 43-54). Aquela mulher que sem esperança no alivio de sua dor, isto é, na libertação de sua filha, pois esta era atormentada por um demônio, se humilhou diante de  Jesus, porem deixou ali a sua dor (Mt 15, 21-28). E hoje quantos pais, mães, famílias inteiras tomadas pela dor, porque são atormentadas e sufocadas pelos acontecimentos desagradáveis, como por exemplo, um filho que não consegue deixar a droga, um marido que não demonstra um pingo de vontade de deixar o alcool, uma mãe que se foi embora, e quantos exemplos de dor que poderíamos aqui citar. Enfim, quantos exemplos a Bíblia nos mostra de pessoas profundamente tomadas pela dor, seja no físico, na alma, ou na mente.   Até Jesus conviveu com ela, e expressando a sua humanidade deixou-se ser conduzido por ela, e o que ele fez? Dirigiu-se ao Pai, fazendo valer o único remédio para capacitar-nos a conviver com a dor, quando ela já estiver demais.
  “Na dor (seja ela aonde for, de onde vier) permanece firme, tem paciência, e põe tua confiança em Deus, volte-se ainda mais para ele, e ele te salvara” (Eclo 2).
  Termino trazendo mais uma frase de Vitor Frankl para te ajudar quando a dor estiver demais: “Quem tem porque viver pode suportar qualquer tipo de dor”, Isto é, quem vive em Deus, poderá suportar todo tipo de dor, mesmo quando ela estiver demais!

César  - Fundador Comunidade Sede Santos 

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